Egressa do IFSP - Campus São João recebe prêmio por pesquisa na Universidade Federal do RJ

A jovem estudante Hilary da Silva Lima, 23, natural de Santo Antônio do Jardim, receberá nesta sexta, dia 10 de outubro, o Prêmio CNEN 2025 de Iniciação Científica, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde estuda Engenharia Nuclear.  Aluna do ensino  público desde a infância, em  2018  ingressa no Instituto Federal de São João da Boa Vista, para o curso de ensino Médio Integrado em Eletrônica. Ao longo do técnico, participou de Olimpíadas do Conhecimento, de Jogos Estudantis, Maratonas de Integração, de Semanas de Educação, de projetos de extensão em literatura, entre diversas outras atividades. Ela ainda chegou a cursar um semestre de Engenharia de Controle e Automação no Instituto e, também, o curso Técnico Concomitante em Manutenção e Suporte em Informática.

"Toda essa jornada e experiências no IF, foi exatamente o que me preparou pra meu estado atual como universitária. Eu saía às 6h da manhã de Santo Antônio do Jardim. Chegava no instituto e ficava das 7h às 12h15, quando voltava para casa. Daí, estudava inglês e, nos anos finais, voltava ao instituto a noite para fazer o curso  concomitante. Chegava meia noite em casa pra acordar as 5h do dia seguinte e começar tudo de novo, além dos treinos no decorrer da semana das modalidades esportivas que participava", explica.

Entenda a  premiação e seu valor 

Todos os anos a Comissão de Energia Nuclear (CNEN) lança um edital premiando os melhores trabalhos desenvolvidos em seus institutos. O Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), no qual Hilary atua,  é um dos que concorrem, a partir dos relatórios e artigos produzidos pelos seus bolsistas. "Sou bolsista em Iniciação Científica no IEN desde setembro de 2023 e, durante esses anos, venho trabalhando todos os dias no projeto: "Museu do Conhecimento Nuclear e Divulgação Científica - A Contribuição do IEN na História da Ciência e Tecnologia Brasileira" que, esse ano, foi enviado para concorrer  e venceu na categoria Iniciação Científica, com a melhor nota dentre os inscritos de todas as instituições parceiras de todo o Brasil. A premiação ocorrerá nesta sexta-feira,  na sede da CNEN, em Botafogo, no Rio de Janeiro".

Sobre a Iniciação Científica na UFRJ

"Quanto entrei na Universidade Federal do Rio de Janeiro, pela nota do ENEM, vi que o dia-a-dia seria puxado. Mas, a rotina do Instituto Federal me preparou para isso. Logo nos períodos iniciais consegui entrar para um projeto de Iniciação Científica de um laboratório da Escola de Química.  O diferencial para a vaga era ter conhecimento em Arduino e eu a conquistei graças ao meu diploma de técnico em Eletrônica e toda a formação  que tive durante os anos de ensino técnico no IF. Foi meu primeiro contato com pesquisa científica no curso superior e fiquei totalmente apaixonada.  Sempre quis, desde pequena, ser cientista, mas, na prática, é tudo mais bonito. Passados alguns meses no projeto e no  curso de Engenharia Nuclear, quis migrar para algo que fizesse sentido com minha formação atual e que se conectasse a meu futuro profissional. Foi aí que a oportunidade de bolsa no Instituto de Engenharia Nuclear (IEN, autarquia federal da CNEN) apareceu e eu agarrei. Entrei como bolsista do Laboratório de Realidade Virtual e Imersiva (LabRV)  e estou até hoje trabalhando em um projeto que visa o futuro, não só da Engenharia, mas, também, que olha para toda uma sociedade e leva conhecimento a ela", detalha a pesquisadora.

A pesquisa sobre o Museu do Conhecimento

Intitulado "Museu do Conhecimento Nuclear e Divulgação Científica: A Contribuição do IEN na História da Ciência e Tecnologia Brasileira", o projeto  nasceu a partir da percepção da necessidade de se divulgar ciência e energia nuclear para a sociedade e promover um diálogo eficiente sobre o tema. "É normal que as pessoas sintam medo do desconhecido. Por isso, como pesquisadora e futura profissional, vejo como sendo meu dever promover pontes entre o conhecimento técnico e a sociedade. E o trabalho é essa ponte, que une informações, dados históricos e técnicos, acervo digital e acesso a material didático especializado feito por mim e pela equipe do Laboratório de Realidade Virtual, tornando-se  uma ferramenta a ser utilizada por pessoas de todas as idades e níveis escolares. O Museu do Conhecimento Nuclear aborda desde a história do átomo e como a radiação foi descoberta pelo ser humano até as pesquisas mais recentes sobre energia e medicina nuclear, por exemplo", complementa.

Incentivo da família e o futuro

"Para mim essa premiação não é só um passo importantíssimo no avanço dos estudos e pesquisas de divulgação científica da área nuclear como, também, um reconhecimento vindo do principal órgão de pesquisa em ciência nuclear do país, reforçando que estou no caminho certo rumo à carreira de Engenheira Nuclear. Meus pais sempre me apoiaram nos estudos; me motivaram e estiveram a meu lado em todas as situações da minha vida. Hoje, eu colho com eles os frutos de tudo que plantamos juntos. Esse prêmio não é só meu, é dos meus pais, da minha família, dos meus professores, das instituições que passei, dos colegas que sempre motivaram e torceram por mim e dos jovens que estão hoje no IFSP/SBV e que, um dia, irão voar longe assim como eu voei. Que minha jornada possa servir de experiência para os jovens federais de hoje, nossos cientistas de amanhã".