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Pesquisa realizada no câmpus identificou fatores que colaboram para aumento da eficiência em produção cafeeira

O estudo realizado em 2021 possibilitou a identificação de determinantes dos diferenciais de eficiência em propriedades rurais na região Sul de Minas Gerais.

  • Publicado: Sexta, 21 de Janeiro de 2022, 13h17
  • Última atualização em Sexta, 21 de Janeiro de 2022, 13h18
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No âmbito do IFSP, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica (PIBIFSP) é, atualmente, regulamentado pela Portaria IFSP nº 3.904/2018 e tem como objetivo despertar a vocação científica entre os estudantes de nível médio e superior através da participação em atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação. A interação entre pesquisadores produtivos e alunos de diferentes níveis de ensino visa proporcionar a aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisa, bem como estimular o pensamento científico, crítico e criativo, o interesse pela pós-graduação e o surgimento de grupos de pesquisa no IFSP.

Assim, o projeto de iniciação científica intitulado “Eficiência da cafeicultura na região Sul de Minas Gerais” teve como orientador o Prof. Dr. Gilson Rogério Marcomini e como bolsista o aluno Bruno Antonio Santos, do Bacharelado em Engenharia de Controle e Automação, ambos do Câmpus São João da Boa Vista.

Esse estudo estimou índices de eficiência técnica da produção de café, bem como identificou os determinantes dos diferenciais de eficiência em propriedades rurais na região Sul de Minas Gerais. A situação economicamente adversa da cafeicultura no Brasil nos últimos anos, gerada pelos preços internacionais em queda determina que muitos produtores reduzam a área produtiva ou deixem a atividade. Estima-se que a incidência de ineficiência na produção de café contribui para o crescimento dos resultados negativos e o constante desestimulo dos produtores de café. Portanto, à apuração e análise dos indicadores da eficiência permite a identificação dos padrões de produção de café eficiente informando aos produtores sobre as mudanças necessárias para obter resultados econômicos positivos. 

A produção mundial de café cresceu nos últimos anos, visto que na safra 2012/2013 o volume produzido foi de 152,53 milhões de sacas de 60 kg e na safra 2020/2021 foi de 175,81 milhões de sacas (OIC, 2021). A produção brasileira de café arábica foi responsável pelo volume de 35 milhões de sacas na safra 2020/2021 em uma área cultivada de 1,45 milhões de hectares, o que possibilita o rendimento médio de 24,14 sacas por hectare. Percebe-se redução na área cultivada no país a partir de 2015, como é exposto pela Figura 1, no qual foram cultivados 1,78 milhões de hectares e 1,456 milhões de hectares em 2019. Entre 2015 e 2019 o país reduziu a área cultivada em 327 mil hectares, o que representa diminuição em 18% da área de 2015. 

 

Figura 1: Área plantada e produção de café no Brasil

Fonte: elaborado pelos autores, baseado em IBGE (2020)


Isso se deve pela queda nos preços pagos aos produtores e pela ineficiência na produção. Assim sendo, pesquisar a eficiência na produção de café é uma das maneiras de contribuir com o alcance de melhores proventos para os produtores rurais, visto que ao conhecer os níveis de eficiência e os fatores determinantes dos diferenciais de eficiência é possível propor melhores práticas gerenciais e direcionar a elaboração de estratégias nos vários elos da cadeia produtiva da cultura. Desse modo, estudar a eficiência técnica na produção agrícola pode significar a diferença, visto que ao saber o quanto é eficiente e em quais fatores determinantes dessa eficiência o produtor está obtendo um desempenho adequado, como também em que fatores determinantes da eficiência o produtor está falhando, possibilita um modo de melhoria na produção, pois ao corrigir aspectos negativos e sobrevalorizar aspectos positivos os produtores terão melhores resultados com a produção de café.

Foram coletados dados primários junto a uma amostra de 94 produtores, com tratamento dos mesmos a partir da estimativa de fronteiras estocásticas, o que permitiu a identificação de características da tecnologia de produção e da eficiência. Os resultados evidenciaram a eficiência técnica média em 57,33%, pelo qual a utilização de seguro agrícola, colheita mecanizada, realização de análises de solo, folha e pragas, além de adubação orgânica e a comercialização com cooperativa são os fatores que mais colaboram para o aumento da eficiência técnica. 

Para os estudantes o estudo é importante por expor a metodologia de  mensuração dos indicadores de eficiência e seus determinantes, apresentando que através desses resultados é possível verificar os níveis de eficiência da produção de café e quais os fatores que colaboram para esses indicadores.

O estudo é importante para a academia e para a sociedade no tocante à expor os indicadores de eficiência na produção cafeeira, apresentando a real situação desses produtores em termos da utilização de recursos (fatores de produção, recursos financeiros, etc.) e o nível de produção de café obtido. Se o produtor consegue aumentar a eficiência, significa que ele produz mais café com os mesmos recursos utilizados, ou então, ele produz a mesma quantidade de café com redução nas quantidades de recursos, o que possibilita aumento das receitas e, consequentemente, dos seus lucros. Também é importante para mostrar quais os fatores que colaboram para aumentar a eficiência, pois se o produtor não faz uso desses fatores, ao fazê-lo, terá seus indicadores de eficiência aumentados e, consequentemente, as suas receitas e lucros.

A pesquisa faz parte de um projeto de 4 anos (2020-2024), no qual continuará a mensurar os indicadores de sustentabilidade em todos esses períodos, desenvolvendo uma análise comparativa entre os períodos, como forma de ter resultados mais robustos e coerentes com o cenário de produção de café no Sul de Minas Gerais.

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Instituto Federal de Educação de São Paulo, sendo aprovado sob o número CAAE 46851221.8.0000.5473.

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