FeminIF
Coletivo FeminIF

A iniciativa de oportunizar discussão, motivar as alunas ao protagonismo, formar meninas para as ciências e encorajar alunas a se defenderem e a promoverem a igualdade e respeito ao gênero, no Instituto Federal de São Paulo do Campus São João da Boa Vista (IFSP-SBV), se deu através dos diálogos, embates e ações promovidas pela Coordenadoria Sociopedagógica (CSP).
Com isso, em agosto/2018 foi criado o “Coletivo FeminIF” cujo objetivo é buscar através do diálogo, da formação e da cultura de paz e respeito contribuir para que as estudantes possam ter voz e dar voz aos anseios, medos e angústias, que infelizmente o mundo impõem às mulheres.
Dentre os vários temas abordados pelo FeminIF está o Assédio Sexual. Clique aqui para acessar a "Cartilha sobre Assédio Sexual - FeminIF - IFSP-SBV".
Convidamos as alunas, servidoras e prestadoras de serviço a participarem do grupo no Whatsapp e a seguirem nosso perfil no Instagram: https://www.instagram.com/coletivofeminif.sbv/


Outubro Rosa

Ei, amiga... tudo bem por aí? 🌸 A gente sabe que as nossas rotinas têm sido corridas: entre estudo, trabalho, responsabilidades, vida acontecendo o tempo todo. E, no meio disso tudo, às vezes esquecemos de cuidar da pessoa mais importante: a gente mesma. Sei que você já deve ter ouvido falar, mas, aqui é um momento para entender com calma o que quase ninguém explica a fundo, amigas: o Outubro Rosa vem pra lembrar que cuidar-se é um gesto de amor, de força e de resistência. Até porque, não adianta nos esforçarmos bravamente para superarmos diversos limites enquanto mulheres, se nossa saúde fica para trás, não é mesmo? O câncer de mama é uma das doenças que mais afeta mulheres, mas a boa notícia é que a prevenção e a detecção precoce salvam vidas. E o primeiro passo é simples: cuidar regularmente da sua saúde.
Consultas e exames preventivos são essenciais! Procure sempre manter suas consultas médicas em dia — seja com o ginecologista, o clínico geral ou no posto de saúde. Esses profissionais podem solicitar mamografias e outros exames de rotina, fundamentais para detectar qualquer alteração antes mesmo que ela se manifeste. Lembre-se: o autoexame é complementar, mas o acompanhamento médico é o cuidado principal.
Como fazer o autoexame: O autoexame é um momento seu. Ele não substitui os exames médicos, mas te ajuda a perceber qualquer mudança. O ideal é fazer uma vez por mês. Se você menstrua, faça de 3 a 5 dias depois do fim da menstruação. Se não menstrua mais, escolha um dia fixo do mês pra se lembrar.
Passo a passo:
- No espelho: observe o formato, o tamanho e a cor das mamas. Veja se há inchaços, vermelhidão ou afundamentos.
- Com as mãos: levante um braço e, com a outra mão, toque a mama do lado oposto, fazendo movimentos circulares suaves. Sinta se há caroços, dor ou endurecimentos. Depois, troque de lado.
- Nos mamilos: aperte levemente e veja se há saída de líquido ou secreção.
Se perceber algo diferente, não se assuste — a maioria das alterações não é câncer, mas, o melhor é procurar um posto de saúde ou médico pra tirar dúvidas.
O mais importante é não ignorar os sinais do seu corpo, reconhecer seus limites e não ultrapassá-los. Estamos combinadas entre nós que, apesar de toda determinação, não vamos ser cruéis com nosso corpo e vamos tomar esse cuidado do autoexame e das consultas regulares? 💗 O FeminIF está aqui pra te lembrar que o cuidado com o corpo e a mente faz parte do nosso crescimento como mulheres e cidadãs. Corpo que não está saudável não absorve conteúdo, não trabalha bem com a mente e não alcança os resultaxados esperados. Em alguns momentos, a única coisa que precisamos é de acolhimento — com nós mesmas e com as outras meninas. Lembre suas amigas sobre se examinar e fazer o acompanhamento médico — todo sinal precoce é importante para salvar nossas vidas. Fique atenta ao seu ciclo e, qualquer coisa, procure um médico! Nós, mulheres, apesar de reconhecidas pela força, estamos beeeem longe de ser máquinas, concorda? Então, se preocupe consigo mesma, com suas familiares e amigas. Divas apoiam divas. O FeminIF é um espaço de acolhimento, diálogo e informação, feito pra que cada uma de nós se sinta segura pra aprender, perguntar e se cuidar — sem medo, sem vergonha e com muito amor.
Conte sempre com o FeminIF. Qualquer coisinha, dá um alô no nosso grupo do Whats! A monitora Ana Júlia, a Fernanda, Coordenadora do Projeto de Ensino, e a Giseli, Coordenadora do CSP, estão sempre aqui para o que precisar! Pra conversar, pra se informar, pra se apoiar — conte conosco.Porque o cuidado é coletivo e juntas, somos mais fortes. 🌷
Assédio ou Importunação
Ei, amigas! Como vocês estão? Espero que estejam todas bem! Ultimamente, eu, Ana Júlia (monitora) tenho recebido alguns relatos - beeeem variados e sobre tudo que vocês possam imaginar - e tenho percebido algumas dúvidas… Me responde: você ja ficou incomodado (a) com alguma situação e ficou se questionando “será que não é coisa da minha cabeça?”; “será que eu não estou levando isso muito no pessoal?”; “será que assédio? ou importunação?”. Pois bem! Estamos aqui para tratar sobre o assunto. É completamente comum que nós, mulheres, tenhamos nos acostumado à tentativa de perfeição, apesar de isso ser injusto, cruel e desnecessário, pois, assim como todos, somos humanas.
Toda essa pressão exacerbada nos fez refletir sobre a nossa posição diante das situações e nossa carga de culpa nelas, principalmente quando nos ferem - e, por isso, hão diversas situações que nos remetem a pensar que o posicionamento do outro não é errado ou, pelo menos, não tão errado quanto nós mesmas por acharmos ruim. Complexo, não? Essa dúvida, se estamos mesmo presenciando um assédio ou importunação, é normal. E eu respondo aqui sua pergunta: se avançou de uma maneira a investir em você e você não se sentiu confortável, avise a pessoa de que você não está interessada. Caso persista, configura uma atitude abusiva, sim. Contudo, esse referencial não é o mesmo quando se trata de uma relação servidor → aluno. O servidor tem a função de zelar pelo bem-estar e conforto do aluno, sem completamente inapropriada a conduta de aproximação amorosa com o mesmo.
Portanto, a investida/cantada não pode ser considerada, assim como insinuações, chantagem, ameaça, piadinhas de mal gosto… A relação não é permitida e se configura ASSÉDIO SEXUAL. O assédio sexual se faz presente quando uma pessoa, de uma hierarquia acima, usufrui de seu cargo para tirar vantagem, neste caso, vantagem amorosa. Explico: A maior parte dos casos registrados no país diz respeito a um número considerável de jovens de 10 a 16 anos, ou seja, idade em que o cérebro humano está se desenvolvendo para mudanças - de posicionamento, de ambiente, de maturidade, de enfrentamento de problemas, e até mesmo, corporal.
O pré-adolescente, apesar de desenvolvimento corporal, ainda está no inicio do desenvolvimento psiquico. Qualquer demonstração de interesse afetivo de uma pessoa possuinte de um cargo superior, principalmente quando essa pessoa possui a responsabilidade sobre a instituição, vai gerar um “brilho nos olhos” desse discente. Um adulto não se relaciona com uma criança sem intenções perversas; o nome disso é interesse em pouca maturidade. Portanto, demonstração de afeto amoroso entre um servidor e um aluno é assédio sexual. Outrossim, o assédio pode também acontecer entre servidores, uma vez que há hierarquia de cargos. Neste caso, pode sim haver uma relação, visto que se trata de dois adultos. O assédio toma forma a partir do momento em que a “investida” é negada e, mesmo assim, insistida.
Congruente a isso, temos a importunação sexual, que se trata de uma investida também não correspondida e insistente entre pessoas do mesmo nível hierárquico, como aluno → aluno, professor → professor. Quando uma pessoa não dá abertura para a cantada, não há flerte. Não é não. Quando há desconforto, passou de ser saudável, deixe claro para o outro. A partir disso, a situação é desconforme com o regimento institucional. Se conheça, reconheça e se necessário, procure ajuda. Estamos aqui para isso!
Calúnia e Difamação
Ei, vamos conversar um pouco sobre algo que parece pequeno, mas pode mudar (e até destruir) a vida de alguém?
Sabe quando alguém espalha um boato sobre outra pessoa, inventa uma história ou comenta algo que ouviu “por aí”? Pois é, isso tem nome: calúnia e difamação. E, além de ser cruel, também é crime.
Quando o papo vira problema…
Entre meninas: às vezes, por ciúme, inveja, desentendimento ou até por “brincadeira”, surgem comentários maldosos. Coisas como: “ouvi dizer que ela ficou com fulano”, “ela fez isso pra conseguir nota”, ou “ninguém gosta dela”. Mas o que parece leve pode gerar dor, isolamento e vergonha. A gente nunca sabe o que a outra pessoa está enfrentando e espalhar mentiras só piora.
Meninas falando de outras para meninos: isso também é muito comum - e perigoso. Quando uma menina fala mal de outra pra se sentir aceita ou chamar atenção, o resultado é o oposto: a gente reforça a rivalidade e quebra laços que deveriam ser de apoio e empatia.
A força feminina está em levantar outras mulheres, não derrubá-las. Aqui, nós dizemos e repetimos: divas apoiam divas. Mesmo que você saiba de algo, mesmo que você não goste de fulana ou ciclana, as atitudes dela não dizem respeito a você e enquanto mulher. Sabemos que há diversas adversidades para enfrentarmos juntas e esse não é um momento para nos afastarmos, apontarmos o dedo uma para as outras ou até mesmo, espalhar ou inventar histórias a fim de macular uma de nós. Sabemos que enquanto humanas, isso as vezes é estrutural e todas já cometemos erros neste sentido. Mas, então, aqui entre nós garotas, vamos combinar de não nos expormos, não nos julgarmos e, principalmente, não darmos andamentos em boatos de outra menina? Hoje, é uma amiga. Amanhã, pode ser qualquer uma de nós. Por isso, esse apoio mutuo e não julgamento são de extrema importância para a luta de gênero. A base se constrói entre nós, girls. 💗
Agora, para os meninos: comentários sobre o corpo, a roupa, ou até falsas histórias sobre meninas também são difamação. Comentários a respeito de uma menina, das intimidades dela e até mesmo invenções sobre ela, são atitudes extremamente desrespeitosas, além de crime! Não é “piada”, não é “conversa de homem”, isso não te faz mais masculino, muito pelo contrário, mostra fragilidades nessa mesma masculinidade que precisa ser provada por meio de humilhação de outra pessoa — é violência verbal e pode gerar consequências sérias pra imagem e pra vida de uma pessoa e para sua própria.
E quando o alvo é um servidor ou uma servidora?
Falar sem provas sobre professores, coordenadores ou qualquer servidor público também é difamação. Essas pessoas têm uma imagem profissional que precisa ser respeitada, e espalhar comentários ou acusações sem fundamento pode comprometer carreiras e relacionamentos de trabalho. Lembre-se: opinião não é licença pra ofender.
Essa pauta é muito importante para reforçar: Falsa acusação de assédio é um caso muito sério
Denunciar assédio é um ato de coragem e toda denúncia verdadeira deve ser levada a sério. Mas, inventar ou exagerar uma situação, além de injusto, coloca em dúvida as vítimas reais e enfraquece a luta por respeito e igualdade.
Uma falsa acusação não é defesa, é destruição, e pode gerar consequências legais graves.
Por isso, o FeminIF reforça: toda fala precisa de responsabilidade. Na dúvida, se não presenciou, não ouviu ou não estava por perto, não fale sobre!
Falar é poder, e todo poder precisa de cuidado.
Palavras constroem e destroem
Antes de compartilhar, comentar ou “dar opinião”, pergunte a si mesmo:
“Isso é verdade?”
“Isso ajuda alguém?”
“Eu gostaria que falassem isso de mim?”
Se a resposta for “não”, o silêncio é a escolha mais inteligente e gentil.
Apoie suas colegas, escute sem julgar, e lembre-se: a força feminina cresce quando a gente se une, não quando se divide.
Você pode entrar em contato conosco por meio de nossos canais. Se você foi vítima de calúnia, difamação ou se sente machucada por palavras, não guarde pra si. Você pode entrar em contato conosco por meio de nossos canais.
Procure ajuda, fale com a Coordenadoria Sociopedagógica (CSP) ou com o próprio FeminIF.
Estamos aqui pra acolher, ouvir e orientar — com respeito, sigilo e empatia.
Juntas, a gente transforma o ambiente em um espaço de cuidado e verdade. 💗
Mas, afinal, o que é o FeminIF?

Importunação Sexual

O Interminável serviço doméstico feminino
Amiga, sabe que diferença nítida tenho sentido das meninas para os meninos? Cada vez se torna mais presente a carga de responsabilidade feminina de correr atrás das tarefas - sejam elas domésticas, familiares, organizacionais, profissionais… - enquanto a carga de responsabilidade masculina é menos diversa. Mas você já parou para pensar o por que isso acontece?
Amiga, pensa comigo: quantas vezes a gente já ouviu um “ajuda sua mãe” ou “você é mais organizada, faz isso melhor”? Muitas de nós, desde pequenas, fomos ensinadas que cuidar é nossa função natural - da casa, dos outros, das emoções. Crescemos acreditando que é nossa obrigação manter tudo funcionando, enquanto muitos meninos aprendem que podem “esperar ser chamados” ou “não saber fazer direito”. As desigualdades moram nesses detalhes cotidianos, nas pequenas frases que moldam comportamentos por toda a vida.
E isso não é só dentro de casa. No trabalho, geralmente, quem se voluntaria pra anotar as decisões da reunião? Quem organiza o café, o aniversário dos colegas, a confraternização de fim de ano? São quase sempre mulheres. A gente continua sendo a “base que cuida”, mesmo quando já estamos exaustas. É como se, para a sociedade, nossa dedicação fosse parte do mobiliário — invisível, mas indispensável.
Mas sabe o mais cruel? Muitas vezes, nós mesmas reproduzimos esse ciclo: por medo de sermos chamadas de preguiçosas, por costume, ou por acharmos que, assim, tudo vai fluir melhor. Só que isso tem um preço alto: a fadiga mental, o ressentimento silencioso, a renúncia de tempo que poderia ser só nosso. Romper isso exige coragem. Talvez, o primeiro passo seja esse: reconhecer. Nomear a sobrecarga, conversar sobre ela, dividir tarefas de forma justa e sem culpa. Dizer “não dá”, “preciso de ajuda”, “não é só minha responsabilidade” — e entender que isso não é fraqueza, é resistência. Precisamos reaprender o que é o cuidado: ele só é verdadeiro quando é compartilhado. Quando todo mundo cuida, sobra espaço pra todo mundo viver. ❤️
Quando pensamos no futuro, é impossível não imaginar o quanto as responsabilidades vão se somando — cuidar da casa, dos filhos, do trabalho, da faculdade… tudo isso exige tempo, energia e preparo emocional. E, historicamente, esse peso tem recaído muito mais sobre as mulheres. Mesmo em 2025, estudos mostram que nós ainda dedicamos cerca de 10 horas a mais por semana às tarefas domésticas do que os homens, e que a maioria das trabalhadoras enfrenta uma dupla jornada exaustiva: o trabalho pago e o trabalho invisível de cuidar de tudo e de todos.
O cuidado vai continuar sendo uma parte essencial da vida — com filhos, familiares, casa —, mas o jeito de cuidar precisa mudar. Hoje, um quarto de toda a força de trabalho no Brasil está ocupada em atividades ligadas ao cuidado, o que mostra como essa função é central, e não “secundária” como muitos pensam. O problema é quando ele continua sendo visto como “coisa de mulher”. Sem uma divisão justa, o futuro repete o passado — e o peso continua sobre os mesmos ombros cansados.
É por isso que estudar é um ato revolucionário. O conhecimento é o que nos permite escolher, dizer “não” para o ciclo da dependência e construir autonomia. Quem estuda tem mais chance de ter voz, renda própria e poder de decisão. A independência financeira, por exemplo, não é só sobre dinheiro — é sobre liberdade. Quanto mais preparamos nosso futuro com estudo, menos ficamos à mercê de relações desiguais ou de uma vida onde a gente cuida de tudo, mas ninguém cuida da gente.
Então, diva, foca nos estudos por enquanto. Estude pra ser a que também toma as decisões, não a que só as executa. Para que não precise depender de ninguém pra cuidar de você, do teu lar ou dos teus sonhos. O futuro vai continuar exigindo cuidado, mas que ele seja compartilhado — e que esse cuidado comece por nós mesmas, pelo nosso projeto de vida e pela nossa liberdade construída com aprendizado e coragem.
Assédio
Amiga, vamos falar sobre assédio sexual?
Não é invenção, nem “drama”. Ele pode acontecer em vários lugares - e de acordo com os dados, nós, enquanto mulheres, infelizmente estamos mais suscetíveis a ele e, por isso, precisamos combatê-lo! Às vezes, pode acontecer nos lugares que mais pensamos que estamos seguras, até dentro da própria escola. Às vezes começa com uma brincadeira que te deixa desconfortável, uma mão onde não devia, um olhar que insiste demais, uma mensagem que você não quer. Ninguém tem o direito de passar dos seus limites ou te fazer sentir medo.
Se isso te acontecer, ou se você vir acontecendo com outra menina, lembre-se: não é sua culpa. A culpa nunca é da vítima. Fale com alguém de confiança — uma professora, a direção da escola, seu responsável, ou até ligue no 180. Guardar isso sozinha faz mal, e ninguém merece carregar esse peso.
Se alguma amiga te contar algo, acredite. Escute sem julgar, ajude como puder e, se ela quiser, acompanhe pra denunciar. Solidariedade entre meninas é nossa força. O assediador quer que a gente se cale, mas, quando a gente fala, a gente muda o espaço em que vive. Nós temos direito de estudar sem medo, de sermos respeitadas e vistas como somos — pessoas com voz, coragem e dignidade. O respeito não é favor, é obrigação. E o silêncio não protege, o que protege é a verdade sendo dita, alto e claro.
Se algo assim acontecer contigo ou com alguém perto, procure acolhimento — não guarde sozinha. O primeiro passo é buscar um lugar seguro e conversar com alguém de confiança. Fala com uma amiga, com alguém da escola que escute de verdade, e principalmente, vai até a CSP (Coordenadoria Sociopedagógica). Lá tem pessoas preparadas pra te ouvir com respeito e sigilo, sem julgamento. Lidar com esse tipo de violência exige cuidado e coragem. Reagir pode ser tão simples quanto afirmar com firmeza “não gostei disso”, “pare”, “me respeite”. A denúncia é um ato de defesa e também de proteção coletiva. Falar sobre o assunto, apoiar quem passa por isso e não normalizar “piadas” cria um ambiente escolar mais seguro e respeitoso para todas e todos.
Caso isso aconteça com você, lembre-se: se imponha, marque seus limites, diga o que sente e peça ajuda. Temos a CSP - Coordenadoria Sócio-pedagógica, que está aqui para a manutenção de seus conflitos… E, congruente a isso, é recomendado que você compartilhe com as amigas, denuncie na delegacia e leve adiante. Juntas, mostramos que aqui ninguém tem o direito para nos intimidar dessa forma.
Amiga, o que faz uma paquera saudável?
Amiga, você alguma vez já se pegou pensando: “mas será que isso é uma paquera saudável? Será que tal comportamento é aceitável?” Esses tipos de pensamento acontecem. É normal sentir dúvida. O importante é refletir e saber reconhecer o que é respeito e o que ultrapassa o limite.
Uma paquera saudável começa no flerte, naquele momento em que duas pessoas estão se conhecendo melhor, e vai até o início de um relacionamento. Mas, desde o começo, precisa existir respeito mútuo, cuidado e sinceridade. O flerte é bom quando é leve, divertido e, principalmente, quando há consentimento — ou seja, quando os dois querem.
Respeite sempre o tempo e a vontade do outro. Se a pessoa não quiser conversar, sair ou demonstrar interesse, respeite. “Não” é “não”, e não precisa ser dito várias vezes.
Não insista nem pressione. Dizer frases como “ah, você está fazendo charme” ou tentar convencer alguém é um sinal de desrespeito — e não faz parte de uma paquera saudável.
Toques só com consentimento. Um simples abraço, a mão no ombro ou a tentativa de segurar nas mãos deve acontecer apenas se a outra pessoa quiser. Nunca toque alguém sem saber se ela se sente confortável.
Cuidado com as mensagens. Enviar fotos, comentários sobre o corpo ou “brincadeiras” com teor sexual sem o consentimento do outro pode ser invasivo e até configurado como importunação ou assédio.
Nada de controle ou chantagem. Paquerar não é mandar no outro. Se você se vê ou vê alguém dizendo “se você gostasse de mim, faria isso”, é um sinal de alerta. Uma relação saudável é escolha, não obrigação.
Observe os sinais. Se a pessoa parecer desconfortável, mudar de assunto ou se afastar, pare. O respeito está em saber quando recuar.
Lembre-se: reciprocidade é o coração da paquera. Ambos precisam estar à vontade e felizes. Quando uma pessoa se sente pressionada ou insegura, o clima deixa de ser leve — e deixa de ser saudável.
Comunicação e cuidado → Falar sobre limites e sentimentos é sinal de maturidade, não de fraqueza. Se algo te incomoda, diga. E se a outra pessoa falar que não está se sentindo bem, escute.
O diálogo é o centro de tudo: esclareçam suas vontades, conversem sobre o que gostam e o que não gostam, sobre como cada um se sente. Isso evita mal-entendidos e mostra que há respeito envolvido.
Quando algo parece errado → Às vezes, o que começa como uma paquera pode virar algo desconfortável. Se alguém te pressiona, te toca sem consentimento ou faz comentários que te magoam, não é carinho, é desrespeito. Afasta-se e procura apoio — de uma amiga, um adulto de confiança, ou alguém da escola.
Você tem o direito de se sentir segura, respeitada e valorizada em qualquer relação. Paquerar é bom quando os dois se sentem bem, trocam risadas e aprendem juntos. Tudo fora disso não é paquera, é limite ultrapassado.

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